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Está anunciada de 4 a 8 do próximo mês de Outubro, a realização, nesta Vila, da I Conferência de Turismo e Mar, que terá a duração de quatro dias.
Trata-se de um acontecimento de excepcional importância quer para esta Vila e Ilha, quer para a Região, com repercussões a nível mundial.
A Vila das Lajes, com forte tradição baleeira – a Vila Baleeira a denominam agora – tem um passado histórico que, durante algum tempo, andou esquecido e que importa reconquistar.
Se já não se caçam baleias. Outra actividade passou a ser explorada e que tem interessado, principalmente, continentais e europeus: observar baleias – Whale Watching.
Os melhoramentos trazidos ao porto das Lajes com a construção do molhe de defesa do mar do Oeste, proporcionou o estacionamento das embarcações preparadas para a condução de interessados até junto das baleias e outros mamíferos – parece que cerca de quarenta espécies - que, isoladamente ou em cardume, pairam na baía das Lajes. Mas não só. Foi possível transformar a “lagoa”, ou porto interior e nele instalar o pequeno porto de recreio que já não satisfaz as exigências dos utentes, principalmente dos estrangeiros. É pois tempo de rever a situação e, sobretudo, repito já nem sei se pela “milésima” vez, retirar do porto exterior as baixas que lá deixaram e que impedem a livre circulação da navegação.
Mas o que agora interessa é a anunciada Conferência sobre Turismo e Mar. Nem sei como está a ser preparada pelas entidades responsáveis ou intervenientes. Importa que os lajenses, principalmente aqueles que andam ligados aos dois sectores, dêem o melhor das suas actividades para que os visitantes tenham um acolhimento condigno e levem de cá as melhores impressões.
Não sei como vai ser o alojamento dos congressistas mas julgo que a vila não dispõe, infelizmente, das instalações necessárias para receber tão ilustres visitantes. E aqui surge a imperiosa e urgente necessidade de ser construído um estabelecimento, com a classificação de hotel, condigno para receber quem aqui aporta, quase diariamente. Demais, nunca se sabe quando eles chegam.
O verão que está a findar deve ter servido para os empresários hoteleiros e as entidades oficiais reflectirem sobre a urgente necessidade de empreender tão importante estrutura pois só assim se poderá falar no futuro turístico para cuja indústria, esta terra tem as mais importantes e até invejáveis condições.
Na Vila das Lajes temos, verdade se diga, dois estabelecimentos classificados de hotel mas não têm bastado para receber o turismo que nos chega; turismo que, ao que me informam, vai aumentando com a exploração privilegiada do Whale Watching.
Importante, também, é ter em atenção a fixação dos jovens, criando postos de trabalho que evitem o êxodo que acontece frequentemente. Não deixa de ser lamentável o que presentemente se verifica. Os jovens estudam. Conseguem obter cursos superiores, e são muitos, mas não voltam às terras de origem porque as colocações não existem e eles vêem-se obrigados a arranjar emprego em outras terras. Consequentemente, a ilha vai ficando deserta… Os idosos abundam… os jovens não existem… Há que ter tudo isso em consideração, para que a ilha não fique deserta. Mais uma vez aqui deixo esta simples mas gritante realidade.
Devem ser, imediatamente, criadas as condições necessárias para que a actividade turística seja o mais urgente possível, devidamente organizada e desenvolvida.
O director regional do Turismo, ao anunciar o congresso, e para isso serviu-se do Museu dos Baleeiros das Lajes do Pico, afirmou: “O Governo dos Açores tem dado particular atenção às questões do mar”, nomeadamente, “com o investimento na criação de novas oportunidades de desenvolvimento em áreas relacionadas com aproveitamento do potencial marítimo da região”. Mas isso não basta. Os operadores turísticos têm aqui muito que realizar.
Esperamos que da CONFERÊNCIA SOBRE TURISMO E MAR, nasçam as soluções ambicionadas para os problemas dos dois sectores.
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